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BIOGRAFIA DE AUGUSTO JOCHEM |
Por Toni JOCHEM
Palhoça-SC
Augusto Jochem nasceu dia 11 de fevereiro de 1921 na localidade de Cerro Negro em Ituporanga – SC. Filho de João Jochem e de Verônica Schell Jochem e neto paterno de João Jochem e Catarina Loffi Jochem. Nos primeiros anos de vida mudou-se, juntamente com sua família, para Águas Negras, município de Ituporanga – SC, onde freqüentou a escola particular daquela localidade.
Aos dez anos de idade foi para o Seminário dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, na cidade de Corupá, norte de Santa Catarina, onde permaneceu por três anos e meio cursando o ginasial onde estudou latim, francês, alemão e italiano.
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Augusto Jochem com o
uniforme da FEB |
Aos dezenove anos de idade, em 1940, segundo o costume da época, recebeu o aviso de que foi “sorteado” para apresentar-se na junta de serviço militar na cidade de Bom Retiro - SC onde recebeu o Certificado de Apresentação. Alguns meses após recebeu a intimação para a prestação do serviço militar no 14º BC – Batalhão de Caçadores, localizado no bairro Estreito, em Florianópolis. Lá, permaneceu durante oito meses, e depois de “passar” na inspeção física foi julgado apto para o “serviço de guerra” sendo transferido para Taubaté – SP e, depois para a Vila Militar no Rio de Janeiro onde, após oito meses de instruções de guerra, foi incorporado na Força Expedicionária Brasileira – FEB, as quais foram treinadas nos moldes norte-americanos, pois haveriam de operar em conjunto com unidades do Exército dos E.U.A.
Após a declaração de guerra do Brasil aos Países do Eixo – Alemanha, Itália e Japão – em agosto de 1942, depois que vários navios mercantes foram afundados em nosso litoral, e pós o período básico de “preparação para a guerra”, em 22 de setembro de 1944, embarcou com o Primeiro Regimento Sampaio, composto por 3 Batalhões além da Companhia de Comando, no navio de transporte de tropas "General M. C. Meigs" ou "General William A. Mann" composto pelo 1o e pelo 11o Regimento de Infantaria, com o total de 10.375 homens, sendo 686 oficiais, e seguiu, sem escalas, rumo ao norte da Itália. A Marinha de Guerra brasileira forneceu o cruzador "Rio Grande do Sul" para participar da escolta, cuja viagem foi feita com navios da Marinha norte-americana e, após ingressar no Mediterrâneo, também foram escoltados, desta vez, com navios da Marinha Real britânica. Chegou ao porto de Nápoles em 06 de outubro e de lá, a bordo de outro navio em uma viagem muito desconfortável, com quase toda a tropa sofrendo de enjôo, foi até Livorno, nas imediações da cidade de Pisa, onde a tropa ficou estacionada.
A zona de ação atribuída à FEB situava-se entre a planície do litoral do mar Tirreno e o vale do rio Serchio, englobando os contrafortes dos Apeninos, conhecidos também como Alpes de Apuânia. A FEB, ao chegar à Itália, passou a fazer parte do V Exército dos E.U.A., comandado pelo General Mark Wayne Clark. Juntamente com o VIII Exército britânico, comandado pelo General Leese, compunha o XV Grupo de Exércitos - composto por brasileiros, britânicos, canadenses, indianos, norte-americanos, poloneses e sul-africanos - sob o comando do Marechal-de-Campo britânico Alexander. As tropas alemãs, às quais se agregavam algumas unidades fascistas italianas, eram comandadas pelo Marechal-de-Campo Albert Kesselring, da Força Aérea.
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Augusto Jochem |
Ao todo o efetivo da FEB na Segunda Guerra Mundial consistiu em 25.335 membros, dos quais 451 faleceram em operações de guerra e estão sepultados no Monumento aos Pracinhas Brasileiros, em Pistóia, Itália. Na década de 60, no Rio de Janeiro, foi construído o monumento aos mortos da Segunda Grande Guerra (Parque do Flamengo), sendo para este local então, transladados os restos mortais de soldados brasileiros. Permanece ainda em Pistóia o cemitério que toma o mesmo nome, só agora com os restos mortais do "soldado desconhecido", em honra aos expedicionários que não puderam ser reconhecidos após tombarem em batalha.
Augusto Jochem permaneceu por onze meses na Itália em operações de guerra e atuou em diversas localidades nas imediações de Nápoles. Participou da conquista do Monte Castelo em 21 de fevereiro de 1945, até então linha de defesa das tropas alemãs. A guerra terminou em 08 de maio de 1945 com a rendição da Alemanha às forças aliadas. Em 22 de agosto de 1945, após o término de Segunda Guerra Mundial, embarcou no porto de Nápoles e regressou ao Brasil desembarcando no Rio de Janeiro em setembro do mesmo ano. Lá, juntamente com a dispersão dos membros da FEB, foi dispensado do serviço ativo do exército, recebendo o Certificado de Reservista e a Medalha de Campanha conferida aos militares da ativa, da reserva e assemelhados que participaram de operações de guerra sem nota desabonadora. Após a chegada cada tropa desfilava no Rio de Janeiro, sendo recepcionada calorosamente pela população em reconhecimento ao seu valor demonstrado nos campos de batalha da Itália.
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Medalla de
CAmpanha
Concedida a
Augusto Jochem,
pelo exército
brasileiro. |
Augusto Jochem retornou do palco de guerra sem ferimentos. Chegando em Águas Negras, onde morava seus pais, em 31 de dezembro de 1946 casou-se com Leopoldina Tenfen, filha de Bernardo Tenfen Sobrinho e Elisabete Roecker, que recém havia migrado de Rio Fortuna – SC.
Augusto e Leopoldina, depois de casar foram morar em Serra Pitoco, hoje Atalanta – SC, onde trabalhava na agricultura. Tiveram quatro filhos:
1. Cesônia Jochem (*21/09/1947† 03/01/2003)
2. Luiz Jochem (*29/10/1948) c/c Juraci dos Santos Jochem(*04/08/1958)
2.1. Fabrício Jochem (*29/04/1977) c/c Kelen Cristina Schlemper Jochem(*28/04/1980)
2.1.1. Rubens Augusto Schlemper Jochem (*12/10/1999)
2.2. Fabiana Jochem (*12/02/1979) c/c Marcelo Romário Barossi(*05/11/1972)
2.3. Fábio Jochem (*26/07/1981)
3. Alfonso Jochem(*31/01/1951) c/c Sônia Maria de Souza Jochem(*14/02/1952)
3.1. Sônia Patrícia de Souza Jochem Dalmoro(*18/07/1970) c/c Darlan Dalmoro(*21/10/1969)
3.2. Priscila Jochem (*23/05/1978)
3.3. Pierre Jochem (*07/10/1983)
4. Lauro Jochem(*17/10/1952) c/c Maria de Lourdes Costa Jochem(*15/05/1954). |
Aos quarenta anos de idade recebeu um serviço nos correios como recompensa por ter participado da FEB, sendo-lhe oferecido o cargo de carteiro. Em função da atuação como carteiro mudou-se com a família para Ituporanga – SC. Trabalhou, também, por dois anos e meio como Agente Postal dos Correios em Imbuia – SC. Depois, em 1980, foi transferido para assumir a Agência Postal Telegráfica de Alfredo Wagner para onde mudou-se com sua família. Está aposentado pelo Exército Brasileiro. Hoje, com 82 anos de idade, reside à Rua José Anchieta, número 168, Centro, Alfredo Wagner, em Santa Catarina.
Letra de Guilherme de Almeida
Música de Spartaco Rossi
I
Você sabe de onde eu venho?
Venho do morro, do engenho,
Das selvas, dos cafezais,
Da boa terra do coco,
Da choupana onde um é pouco,
Dois é bom, três é demais.
Venho das praias sedosas,
Das montanhas alterosas,
Do pampa, do seringal,
Das margens crespas dos rios,
Dos verdes mares bravios,
Da minha terra natal.
[Estribilho]
Por mais terra que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse “V” que simboliza
A vitória que virá;
Nossa Vitória final.
Que é a mira do meu fuzil,
A raça do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
II
Eu venho da minha terra,
Da casa branca da serra
E do luar do meu sertão;
Venho da minha Maria
Cujo nome principia
Na palma da minha mão,
Braços mornos de Moema.
Lábios de mel de Iracema
Estendidas p’ra mim.
Ó minha terra querida
Da senhora Aparecida
E do Senhor do Bonfim!
[Estribilho]
Por mais terra... etc. |
III
Você sabe de onde eu venho?
É de uma Pátria que eu tenho
No bojo do meu violão;
Que de viver em meu peito
Foi até tomando jeito
De um enorme coração.
Deixei lá atrás meu terreno,
Meu limão, meu limoeiro
Meu pé de jacarandá.
Minha casa pequenina
Lá no alto da colina,
Onde canta o sabiá.
[Estribilho]
Por mais terras... etc.
Venho do além desse monte
Que ainda azula o horizonte,
Onde o nosso amor nasceu;
Do rancho que tinha ao lado
Um coqueiro que, coitado,
De saudade já morreu.
Venho do verde mais belo,
Do mais dourado amarelo,
Do azul mais cheio de luz,
Cheio de estrelas prateadas
Que se ajoelham deslumbradas,
Fazendo o sinal da Cruz!
[Estribilho]
Por mais terras... etc.
Letra de Guilherme de Almeida
Música de Spartaco Rossi
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FONTES DE CONSULTAS:
Associação Nacional dos Veteranos da FEB – Florianópolis – SC
Acervo Histórico de Toni Jochem
História Oral com familiares
GONDIN, Nilson Vasco. Liberdade Escrita com Sangue. Um Manezinho na Segunda Guerra Mundial. Florianópolis: Insular, 2000.
ECKERT, José Edgar. Memórias de um Ex-Combatente. Florianópolis: Insular, 2000.
Internet
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