IMIGRAÇÃO E LUTERANISMO EM SANTA CATARINA
A COMUNIDADE ALEMÃ DE DESTERRO - FLORIANÓPOLIS

Autor: João Klug

 



APRESENTAÇÃO

          Em boa hora é dado ao público o trabalho de João Klug, Imigração e Luteranismo em Santa Catarina – A Comunidade Alemã de Desterro-Florianópolis, publicada que é no ano em que se comemoram os 170 anos da chegada dos primeiros dissidentes religiosos em solo brasileiro. Numa época em que aumentam os clamores pelos direitos à cidadania do todo da população brasileira, é de fundamental importância que sejam estudadas pequenas fatias de sua história, recuperando a memória que teima em ser destruída em um continente que prima por só considerar seu quem esqueceu suas raízes e rejeitar aquele que, cônscio das mesmas, busca dar contribuição específica.

          Fruto da Reforma religiosa do século XVI, os luteranos formaram cerca de 60% do contingente de imigrantes alemães trazidos à colônia portuguesa sob D. João VI, a partir de 1819, e ao Brasil independente, a partir de 1824. Para permitir seu ingresso, necessário se fez darão parágrafo 5 da Constituição do Império formulação tal que, mesmo mantido o padroado, concedesse tolerância aos dissidentes. Essa tolerância, no entanto, foi consideravelmente restringida pelo artigo 276 do Código Criminal e pelo artigo 95 da Constituição Imperial. Além disso, os dissidentes luteranos tiveram que senti o quanto eram cidadãos de segunda categoria ao não terem até 1861 seus matrimônios reconhecidos e ao na poderem sepultar, até o advento da República, seus mortos com os demais mortos do país. Lançavam-se assim as raízes de possível marginalidade social e política, revelada quando da eclosão das duas guerras mundiais e, particularmente, em movimento messiânico como no caso dos Mucker.

          A porção maior dos imigrantes alemães fazia parte daqueles contingentes populacionais da Europa Central que em conseqüência da emancipação do campesinato, a explosão populacional, de crises no setor agrícola e industrial não podiam mais ser integrados no corpo social. As modificações ocorridas na estrutura social e econômica da Alemanha foram a causa principal que expulsou milhões de alemães, especialmente ao longo do século XIX, levando-os à migração transoceânica. A porção menor foi formada por intelectuais que especialmente desgostosos com as medidas reacionárias da Restauração, após o fracasso das revoluções liberais de 1848, resolveram buscar pátria onde encontrassem o bem. Essas duas porções deram forma ao grupo étnico teuto no Brasil. A primeira deu feição a áreas rurais, a segunda a áreas urbanas. Os estudos sobre a imigração alemã têm privilegiado a primeira feição, dando menor atenção à segunda. Nesse sentido, o estudo de João Klug merece louvor, pois se dedica à parte menos estudada da imigração alemã.

          Em sua bagagem, os imigrantes pouca coisa traziam. O pouco, porém, muitas vezes caracteriza o grupo. Nesse sentido merece ser destacada a bagagem religiosa. Nos baús dos imigrantes, encontramos, na maioria das vezes, dois, por vezes, três livros. O Hinário, o livro de cânticos religiosos, o Catecismo Menor de Lutero e a Bíblia. Quando católicos, os imigrantes trouxeram preciosas Heiligen Legenden, Vidas de Santos. A partir desses livros, a religiosidade continuou a ser nutrida e mantida. Como a vida religiosa provoca a comunitariedade e possibilita sobrevivência, quase que ao natural, os imigrantes reorganizaram sua vida religiosa no Brasil. O interessante, porém, foi que o primeiro prédio comunitário que erigiram não foi a capela, mas a escola, cedida no final de semana, para a vida de culto. A religião do imigrante luterano exigia a comunidade alfabetizada, pois no seio de analfabetos sua religião não podia se manter, seria impossível usar o Hinário, cantando seus cânticos, seria impossível o estudo do Catecismo e a manutenção dos ensinamentos básicos, seria impossível a leitura da Bíblia. A menção ao prédio escolar e religioso, por outro lado, nos remete à importância do associativismo entre os imigrantes teutos: seus clubes de canto, leitura, tiro, ginástica. Suas associações caritativas: caixas de auxílio mútuo, de saúde, de amparo e tantas outras. Descortinam-se ante os olhos do historiador toda uma série de pesquisas e estudos a serem realizados. Também para esse aspecto o estudo de João Klug traz importante contribuição.

          Para que se possa entender qualquer estudo da imigração alemã ao Brasil, necessário se faz que se saiba não só das causas da emigração, mas também dos reais motivos que levaram os órgãos governamentais brasileiros a inserir o imigrante alemão e outros contingentes imigratórios no seio da nação brasileira. Quando estudamos esses motivos, chegamos facilmente à conclusão que temos uso e abuso de contingentes populacionais, de gado humano, por parte de governantes. Assim, o imigrante foi usado no contexto diabólico do “branqueamento da raça”, artifício pelo qual as minoritárias elites brancas brasileiras buscavam diminuir a supremacia numérica negra. Imigrante foi usado para tirar o negro do processo produtivo e lançá-lo a uma ainda maior marginalidade. Ao imigrante deu-se acesso à terra, à pequena propriedade, negada ao negro. Depois, o imigrante foi usado na segunda grande desestruturação do mundo indígena, localizado que foi, via de regra, em território indígena, pelo qual antes passara a figura funesta do bugreiro. Com apenas esses dois aspectos, o imigrante está profundamente ligado à sorte do indígena e do negro entre nós, evidenciando que o Brasil decididamente não é o país da convivência pacífica das raças. O estudo em questão, porém, pode levar a uma maior solidariedade entre os grupos e resultar em construção de nacionalidade. Mas há, ainda, outros aspectos que merecem ser ressaltados, quando se estuda a história da imigração. O imigrante foi usado para formação do exército nacional imperial, localizado em áreas que interessavam à segurança nacional. Depois, com o seu concurso obteve-se valorização fundiária. Os barões do café de São Paulo valeram-se do imigrante como substitutivo da mão-de-obra escrava, obtendo mão-de-obra barata. Não raro, imigrantes foram construtores e conservadores de estradas. Do todo de seu trabalho originou-se fatia considerável da classe média brasileira. Não podemos detalhar cada um desses aspectos, mas eles emergem ao longo do estudo de João Klug, perfazendo coerente parte de seu trabalho, eis que Florianópolis foi reunindo ao longo dos anos parte dos imigrantes e de seus descendentes que buscavam o Desterro.

          O imigrante sempre foi homem, mulher, criança, jovem ou idoso. Em nossa sociedade, a mulher não raras vezes tem sido marginalizada. Fico feliz pelo fato de ela emergir em muitas oportunidades no estudo de João Klug e de a ela ter sido dedicado capítulo especial. A memória da mulher imigrante está toda por ser resgatada.

          Com a publicação da presente obra, a pesquisa historiográfica de santa Catarina está de parabéns. O estudo de João Klug passa a ser companheiro dos trabalhos de Giralda Seyferth, René E. Gertz, e de toda uma nova geração de pesquisadores que, certamente, possibilitarão a produção de uma obra como a de Jean Roche, na qual se resgate o todo da memória da imigração teuta em terras catarinenses, passados que são 65 anos desde a publicação da obra de Gottfried Entres.

                                                                                                         Martin N. Dreher

___________________________________________________________

INTRODUÇÃO

          Este trabalho surgiu originalmente como Dissertação de Mestrado junto ao curso de Pós-Graduação em História da UFSC, em 1991. Daquela data até o momento atual, o tema foi reconsiderado. A continuidade da pesquisa exigia esta reconsideração. Assim sendo, o texto original teve que sofrer muitas supressões e acréscimos. Aí está. É fruto de uma História “a caminho”, portanto, incompleta. Entendemos aliás que a História não pode ser definitiva ou completa, pois cada novo documento analisado, novas considerações podem e devem ser feitas em torno do tema que está sendo estudado.

           A História é uma constante revisão. Com isto estamos também afirmando, que o presente trabalho é passível de correções e críticas, pois pretende ser um estímulo para quem vier a pesquisar o assunto e uma parceria, diálogo, como os estudiosos do tema, de quem também recebemos o estímulo para este empreendimento.

           Através deste texto estamos nos expondo, submetendo-nos ao foro público, pois entendemos que no labor historiográfico, é a melhor maneira de evitar o auto-engano.

           Previsto para dois volumes, o vol. II ainda está em fase de pesquisa e elaboração. Neste primeiro volume, estamos abordando o tema em círculos concêntricos, procurando situar os alemães e o luteranismo em Santa Catarina, para só então verificarmos a comunidade alemã luterana em Florianópolis, tema central do trabalho.

           Visando a proporcionar uma visão de conjunto ao leitor, faremos uma breve abordagem em torno da presença alemã em Santa Catarina, enfocando os principais núcleos de colonização germânica no Estado. Enfocaremos a seguir a colônia alemã em Desterro/Florianópolis, bem como a implantação e expansão da igreja luterana em Santa Catarina, para então nos determos na história da comunidade alemã luterana da capital, em seus diversos aspectos e manifestações.

           Cronologicamente, estamos situando este primeiro volume, no período que se estende de 1868 a 1933. Considerando que o objetivo dos três primeiros capítulos é de situar o leitor no tema, sua cronologia não seguirá necessariamente este rigor.

           A cronologia adotada (1868-1933), deve-se a uma concepção de processo histórico. Neste estudo, o processo tem início com a efetiva articulação dos alemães em Desterro, constituindo várias agremiações, sendo a principal delas, a comunidade luterana.

           Este marco inicial coincide também com um processo mais amplo que toma lugar na Europa, envolvendo os estados alemães. Estes iniciam seu processo de unificação sob a liderança do Chanceler Otto Von Bismarck, concluída em 1871, impondo-se assim no cenário europeu com a formação do II Reich.

           A outra baliza cronológica, o ano de 1933, marca uma ruptura e início e um novo processo.

           Trata-se da ascensão do Nacional Socialismo ao poder alemão e início do III Reich, de duração efêmera, mas repleto de idéias e acontecimentos nefastos que conhecemos.

           Em nível local, verifica-se em Florianópolis também uma série de rupturas e descontinuidades, que alteram substancialmente a vida da comunidade luterana, caracterizando um novo processo, que será objeto do segundo volume deste trabalho.

           Assim sendo, cronologicamente estamos levando em conta processos históricos e não datas limite.

           Em relação ao aspecto teórico, não tivemos a pretensão de abordar o tema sem pressupostos ou de forma “quimicamente pura”, pois entendemos que a neutralidade é impossível àquele que pesquisa em história.

           Ressaltamos, portanto, nossa identificação com o grupo social, objeto da pesquisa. Assim sendo, esta história está também animada por um desejo de encontro, que talvez seja mais forte que o desejo de explicação. Queremos mais compreender que explicar.

           A partir destas considerações, o leitor poderá compreender porque da escolha deste tema.

           Some-se a isto, a certeza da existência de fontes, até aí intocadas; a curiosidade em saber que informações elas continham e o acesso garantido a essas fontes foram aspectos de fundamental importância para o empreendimento.

           É notório o fato de que a comunidade alemã luterana de Florianópolis tenha conseguido preservar praticamente na íntegra, suas fontes documentais desde o seu início. O mesmo não se verifica na maioria das comunidades, cujo acervo se perdeu por razões diversas ou foi destruído pela pressão e medo imposto às comunidades luteranas nas duas guerras mundiais, em função da identificação destas com a cultura germânica. Mérito deve ser atribuído ao trabalho meticuloso do Pastor Max Heinrich Floss, revelando sólida consciência histórica.

           Na realização deste trabalho, não fizemos uma reunião prévia das fontes para então começar a pesquisa. Teria sido mais fácil. Isto, no entanto, mostrou-se inviável. À medida que a pesquisa avançava, novas fontes eram encontradas, exigindo mudanças em relação a certos aspectos até então tidos como certos.

           As fontes pesquisadas estão constituídas basicamente por pastas sumamente desordenadas, compreendendo livros de atas da comunidade luterana de Florianópolis, livros de atas da Associação de Senhoras Alemãs de Florianópolis, maços de correspondências diversas, relatório pastorais, livros de registros e álbuns de fotografias.

           O acervo, a partir do qual desenvolvemos a parte central deste trabalho, encontra-se reunido de modo assistemático e sem qualquer catalogação.

           Um aspecto que gerou as maiores dificuldades no tratamento dispensado às fontes, foi o fato de que mais de 90% destas, são manuscritas em alemão gótico. Desta forma, a leitura foi penosa e a tradução necessariamente lenta. Para esta tarefa requisitamos o importante apoio de algumas pessoas, que não só são familiarizadas com a grafia gótica, as que também se identificam com o contexto e com a história alemã luterana.

           Em quantidade razoável de documentos datados do início deste século, encontram-se datilografados, facilitando assim em muito a pesquisa.

           Com o objetivo de cruzar informações e buscar outras, pesquisamos no acervo do Arquivo de Joinville, no Arquivo Histórico José Ferreira da Silva, da Fundação Casa Dr. Blumenau e no Arquivo Histórico do Instituto Hans Staden em São Paulo.

           Frisamos ainda a importante contribuição que a História Oral trouxe para o trabalho, através de entrevistas com pessoas que vivenciaram diferentes momentos na vida da comunidade.

           As fontes, no entanto, fizeram-nos rever pressupostos, corrigi-los ou até abandoná-los em alguns momentos, substituindo-os por outros mais adequados.

           Esta realidade da pesquisa histórica, colocou-nos dentro de uma área de conflitos, própria do historiador, que não deve sucumbir diante do “império dos fatos”, como sugere Carr, mas também não pode relegá-los a um plano inferior, sob o risco de distorcer a história.

           É freqüente a afirmação de que “os fatos falam por si”. Tais colocações baseiam-se no censo comum, que a rigor não é critério de confiabilidade na produção do conhecimento histórico.

           Os fatos só “falam” quando perguntados.

           O factual não foi aqui privilegiado enquanto fato apenas, mas por aquilo que revela e que nem sempre está explícito. Assim sendo, outros pesquisadores poderão se aproximar dos mesmos fatos que examinamos neste trabalho, com perguntas diferentes das nossas e conseqüentemente poderão obter outras respostas, ampliando assim o conhecimento sobre o tema. Isto equivale a dizer que entendemos o conhecimento histórico como algo provisório, incompleto e seletivo. Sempre estará aberta a possibilidade de vir à tona novos “níveis de evidência”.

           Não é objetivo aqui entrar no redemoinho teórico. Queremos apenas apontar para a sua realidade e complexidade, da qual o pesquisador da história não pode fugir.

           A descrição que fazemos aqui, da comunidade alemã luterana de Florianópolis, não parte de algum trabalho anterior, reinterpretando-o. A rigor, não foi uma opção. Foi uma necessidade, visto não haver qualquer trabalho a respeito no qual pudéssemos nos apoiar, com exceção do livreto comemorativo, sem autor, “Evangelische Kirche Florianópolis (1913-1938)”.

           Desta forma, o estudo que estamos apresentando baseia-se fundamentalmente nas fontes manuscritas anteriormente mencionadas. Carregam, portanto, toda a problemática da tradução e interpretação. Estamos assim direcionando nosso holofote interpretativo para aqueles aspectos que julgamos mais relevantes, que reforçam os níveis de evidência.

           Ao analisarmos os alemães luteranos em Florianópolis, não estamos recuperando episódios que se perderam para a História. Na realidade ainda não faziam parte da História. Eram desconhecidos.

           A historiografia relativa à imigração alemã em terras catarinenses ainda é pequena e tem se ocupado basicamente com os núcleos coloniais mais expressivos. Podemos dividi-la a grosso modo em três categorias:
a) Histórias temáticas
b) Histórias regionais ou micro-regionais
c) Romances históricos

          Importantes estudos têm sido realizados, mas ainda assim pouco se conhece das particularidades que a imigração alemã em Santa Catarina oferece ao pesquisador. Isto se acentua ainda mais quando se trata da imigração periférica, isto é, aquela que não faz parte, que não se enquadra nos moldes dos núcleos principais.

           Dada a esta carência, observa-se uma tendência à repetição de certos conceitos e arquétipos que envolvem o indivíduo germânico, fruto mais da improvisação estereotipada e tendenciosa que propriamente resultado de pesquisa histórica. Dessa forma, eles em sua maioria não se sustentam diante da investigação. Existem, portanto, várias áreas onde persiste o desconhecimento, gerando uma espécie de mito.

          Constata-se que muito daquilo que foi escrito, baseia-se em autores que escreveram anteriormente, e não em pesquisas originais. A contribuição dos primeiros é fundamental, tendo em vista que o conhecimento histórico é cumulativo e não de exclusão. No entanto, a falta de novas pesquisas se reflete na historiografia relativa ao tema. Entendemos que a falta de domínio da língua alemã por parte das pessoas que se interessam pelo tema, é um fator altamente limitante, impedindo a leitura e análise de uma vasta documentação e textos, que certamente lançariam nova luz sobre a questão.

          Pelo fato dos imigrantes alemães em Santa Catarina se caracterizarem essencialmente como rurais, praticamente nenhum estudo foi realizado, que procurasse compreender os contingentes germânicos urbanos, em suas especialidades, analisando os indivíduos e grupos que vieram a se estabelecer não como colonos, mas como comerciantes, professores, artesãos e profissionais das mais diversas áreas. Assim sendo, trata-se de uma grande lacuna na historiografia catarinense relativa ao tema.

          A maior parte dos estudos realizados, tem privilegiado, ora aspectos sócio-econômicos e de distribuição geográfica da imigração e sua contribuição ao desenvolvimento de algumas regiões e centros coloniais em fase de expansão urbana, ora na análise político-administrativa dos núcleos coloniais, deixando assim espaço aberto para novos enfoques.

          Constatamos também que importantes pesquisas na área da Antropologia Cultural têm lançado nova luz para a compreensão da colonização germânica em algumas áreas geográficas do Estado. Estas, por sua vez apontam para a grande necessidade de novos estudos em novas áreas, dada a dificuldade ou até a impossibilidade de um único modelo para explicar as grandes diferenças regionais.

          Tendo em vista ser Santa Catarina um Estado com marcantes diferenças regionais em sua composição étnica, torna-se imprescindível o estudo mais detalhado do grupo germânico, na tentativa de melhor compreender a sua participação na história catarinense. Entendemos também que a história das instituições é um importante aspecto para a compreensão da sociedade na qual elas se inserem, constituindo-se assim em mais uma opção de análise para o historiador.

          Considerando que a igreja luterana foi uma instituição que congregou grande parte dos imigrantes alemães e seus descendentes, seu estudo trará significativa contribuição à história catarinense.

          É nesta perspectiva que estudaremos a micro-história dos alemães luteranos em Florianópolis. É, portanto, uma parcela desta sociedade que está sendo examinada.

          Desta forma, queremos focalizar a realidade de um grupo germânico que comumente não tem sido alvo de pesquisa, ou seja, alemães luteranos de características urbanas.

         O tema se reveste de atualidade, quando constatamos que os luteranos não fazem parte apenas do passado, mas ao contrário, constituem uma força viva no Estado de Santa Catarina bem como na região de Florianópolis. Particularmente na capital, a igreja a igreja luterana comemora em 1994, seus 125 anos de existência. É uma trajetória significativa, marcada por conflitos, tensões, acertos e erros, próprios da história das instituições.

         Neste estudo, queremos verificar como se deu a inserção e desenvolvimento do luteranismo, aliado inseparável da germanidade nos primórdios, numa sociedade fundamentalmente marcada pela açorianidade, com seu catolicismo popular, leigo e festivo.

         Entendemos ainda que o estudo que propomos têm um espaço na historiografia catarinense e regional, contribuindo mais especificamente para a compreensão da história da capital, visto que não há até o momento nenhum estudo do grupo germânico nesta cidade.

        Pelo fato de Florianópolis ser considerada uma cidade de cultura majoritariamente luso-brasileira, os demais grupos étnicos praticamente ainda não foram considerados alvos de estudos.

         Cremos ainda que com este trabalho, estamos trazendo uma modesta contribuição à temática etno-histórica, a qual entendemos como fundamental para melhor compreensão da identidade catarinense.

___________________________________________________________

SUMÁRIO DO LIVRO

Agradecimentos........................................................................................................................11

Apresentação...........................................................................................................................13

Introdução................................................................................................................................15

Capítulo I – Breve Caracterização da Presença Alemã em Santa Catarina...........................25
                  1 Considerações gerais.........................................................................................25
                  2 A Colonização Alemã na Região de Desterro-Florianópolis....................................34
                  3 O Núcleo de Joinville..........................................................................................39
                  4 O Médio vale do Itajaí-Açú..................................................................................44
                  5 O Vale do Itajaí-Mirim.........................................................................................48
                  6 Aspecto Associativo...........................................................................................49
                  7 Repatriamentos.................................................................................................52
                  8 O Trabalho........................................................................................................53
                  9 Apologia da Imigração Alemã..............................................................................55

Capítulo II – A Colônia Alemã em Desterro-Florianópolis.......................................................58

Capítulo III – A Implantação e Expansão da Igreja Luterana em Santa Catarina...................73
                    1 A Igreja Luterana em Joinville............................................................................74
                    2 A Igreja Luterana em Blumenau.........................................................................81
                    3 A Igreja Luterana em Santa Izabel.....................................................................91
                    4 Primórdios da Organização Sinodal Luterana em Santa Catarina..........................96

Capítulo IV – A Igreja Luterana em Desterro-Florianópolis...................................................101
                     1 Luteranismo no Meio-Urbano..........................................................................101
                     2 A Escola......................................................................................................103
                     3 O Cemitério..................................................................................................120

Capítulo V – Projeção Institucional: A Comunidade Eclesiástica..........................................127
                    1 Estruturação da comunidade...........................................................................127
                    2 Estatutos......................................................................................................142
                    3 Relacionamento com a Igreja Católica..............................................................146
                    4 Construção da casa Pastoral e Igreja...............................................................150
                    5 Adesão da Comunidade à Associação de Comunidades Evangélicas de Santa
                         Catarina e Paraná...........................................................................................157
                    6 A Comunidade e os Imigrantes........................................................................158
                    7 A Iª Guerra Mundial: Antecedentes e Reflexos na Comunidade...........................161
                    8 Os Pastores..................................................................................................174

Capítulo VI – Mulher e Confessionalidade: A Associação de Senhoras Alemãs de                      Florianópolis....................................................................................................195
                     1 Fundação da Associação...............................................................................195
                     2 Atuação na Área da Saúde e Assistência Social..............................................203
                     3 O Hospital e Assitência Social.......................................................................211

ANEXOS:

Anexo 1 Colocação da Pedra Fundamental da Igreja Evangélica de Florianópolis.......................224

Anexo 2 Ata de Fundação da Associação Auxiliadora de Senhoras em Florianópolis.................227

Anexo 3 Relação de Diaconisas que atuaram em Florianópolis (1913-1940)..............................231

BIBLIOGRAFIA E FONTES

                    Livros................................................................................................................232
                    Periódicos.........................................................................................................238
                    Fontes Inéditas..................................................................................................239


___________________________________________________________


IMIGRAÇÃO E LUTERANISMO EM SANTA CATARINA
A COMUNIDADE ALEMÃ DE DESTERRO - FLORIANÓPOLIS

DESCRIÇÃO DO LIVRO:

Autor:
João Klug

Editora:
Papa-Livro
Quantidade de Páginas: 240
Capa: Preto e Branco
Miolo: Preto e Branco
Formato: 14cm x 2cm (fechado)
Valor: R$ 25,00 (mais a postagem)

Solicite o livro através do e-mail tonijochem@gmail.com
Favor informar o nome do(os) (livro(os) que deseja adquirir
Obs.: Não esqueça de enviar seu endereço completo + CEP, além do
fone/fax.


Forma de envio do Livro:
Sedex a cobrar ou reembolso postal via
correios (outras formas a combinar).

 

Envie para um amigo!

© Copyright Toni Vidal Jochem, 2004. Todos os direitos reservados.
toni@tonijochem.com.br